Hans Graf - Professor do Serviço de Endocrinologia da Universidade Federal do Paraná (SEMPR).
De
tempos em tempos, a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e
Metabologia (SBEM) é obrigada a se manifestar sobre determinadas
terminologias utilizadas por alguns profissionais (com frequência, não
endocrinologistas) que pretendem ser “novidades” no campo da
Endocrinologia, mas que, na realidade, muito mais confundem os nossos
pacientes e mesmo os endocrinologistas.
Muito se fala, hoje,
dos chamados “Hormônios Bioidênticos”, substâncias hormonais que possuem
exatamente a mesma estrutura química e molecular encontrada nos
hormônios produzidos no corpo humano. Esta nomenclatura está sendo
utilizada indevidamente apenas para os hormônios manipulados, como se
fossem novas opções de tratamento, quando, na verdade, há muito tempo
hormônios bioidênticos são produzidos em indústrias farmacêuticas e
estão disponíveis nas farmácias.
O uso do termo vem sendo feito com
objetivos evidentemente comerciais, como uma forma de marketing. Quando
um endocrinologista prescreve tiroxina, estradiol e progesterona
natural, testosterona, hormônio do crescimento e outros, ele na
realidade está receitando hormônios “bioidênticos”, no sentido de que
são hormônios cuja fórmula molecular é igual à dos produzidos pelo corpo
humano, apenas que não são “manipulados” em farmácias. No entanto, a
sua estrutura molecular em nada difere dos produzidos pelo organismo
humano. Os defensores dos “bioidênticos” manipulados dizem que eles
podem ser feitos sob medida para cada paciente. Em comunicado oficial, a Sociedade de Endocrinologia dos Estados Unidos (Endocrine Society)
adverte que a fabricação individualizada de um hormônio é praticamente
impossível de ser alcançada em função das inúmeras variações
fisiológicas.
Não existem
estudos científicos sérios que atestem quaisquer benefícios dos chamados
“bioidênticos manipulados” sobre os medicamentos regularmente
utilizados pelos endocrinologistas, produzidos por indústrias
farmacêuticas com grande tecnologia.
Um aspecto mais sério e
importante de discussão é que as manipulações hormonais não são
controladas pelos órgãos de vigilância sanitária, ao contrário daqueles
fabricados pelos grandes laboratórios. Quando prescrevemos tiroxina,
temos à nossa disposição no Brasil quatro grandes laboratórios que
utilizam alta tecnologia para a produção do produto em diversas
titulações. Estamos falando aqui exatamente de um hormônio
“bioidêntico”, uma vez que a sua estrutura molecular é idêntica à
tiroxina produzida pelo organismo humano. Esta questão é tão evidente e
clara aos profissionais que a utilizam, que não existe a necessidade de
que seja explicitado na bula do medicamento que ele é “bioidêntico” (ou
idêntico à tiroxina humana).
O grande apelo comercial
dos hormônios “bioidênticos” manipulados é o de que eles seriam
“naturais” e, por esse motivo, o organismo se mostraria capaz de
metabolizá-los da mesma forma que faz com um hormônio do próprio corpo.
Esta é uma linguagem metafórica para passar aos pacientes a idéia de que
o hormônio “bioidêntico manipulado” é superior ao hormônio não
manipulado. Além disto, a adoção da palavra “bioidêntico“ é muito
questionada, porque não há nada de científico nesse termo. É uma mera
questão mercadológica. Como comenta o ex-presidente da SBEM, Dr. Ricardo
Meirelles, a palavra “bioidêntico” não existe nem nos dicionários dos
Professores Aurélio Buarque de Holanda ou Antonio Houssais, nem no
Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, da Academia Brasileira de
Letras.
Os pacientes, mesmo de
nível intelectual excelente, dificilmente irão questionar o profissional
que está prescrevendo uma medicação que é um “recente avanço” no
tratamento hormonal, isenta de qualquer risco porque são feitas sob
medida para cada paciente, a chamada “modulação hormonal” ou
“customização”. É uma linguagem já conhecida e que nos remete à
linguagem da prescrição de “fórmulas” para emagrecimento ou para outros
fins, nas quais cada princípio ativo seria específico para determinado
paciente. Infelizmente, os pacientes desconhecem o muito frequente
“desconhecimento” destes profissionais sobre os próprios princípios
ativos que estão sendo utilizados. E como um modismo, outros
profissionais passam a prescrever hormônios “bioidênticos”, tentando
sempre passar a ideia de que seus produtos manipulados são superiores
aos produzidos pela indústria farmacêutica. Isto não soa como ótima
música para os nossos pacientes? Receber uma medicação “bioidêntica”
manipulada, individualizada e sem risco? As farmácias de manipulação,
alvo de tantas controvérsias anteriores, passaram a ter um mercado
hormonal renovado, com objetivos definitivamente comerciais. E
obviamente não existe tratamento hormonal sem riscos, uma vez que além
da indicação adequada, o profissional deve ter conhecimento da
farmacologia hormonal, assim como a farmácia de manipulação deve ter as
condições de formular adequadamente o hormônio.
Os especialistas em
Endocrinologia profissionalmente sérios, desde o momento da definição
clara de uma doença endócrina, usam de forma rotineira há várias décadas
os hormônios bioidênticos. O tratamento tradicional de reposição
hormonal com medicações como tiroxina, estradiol e progesterona natural,
testosterona, hormônio do crescimento e outros, nada mais é que a
prescrição de hormônios idênticos aos produzidos pelo corpo humano. Ou
seja, há décadas estamos utilizando hormônios “bioidênticos”, no sentido
de que são hormônios cuja fórmula molecular é igual à dos produzidos
pelo corpo humano. Talvez deva ficar claro para os profissionais que
utilizam “bioidênticos” formulados que nada de novo foi criado
recentemente, que existe claramente um apelo comercial no que está
sendo feito e que o produto final manipulado nada tem de melhor que
produtos industrializados de reconhecidas indústrias farmacêuticas. Além
disto, a falta de uma fiscalização contínua sobre produtos manipulados é
uma desvantagem em relação aos produtos da indústria farmacêutica, que
são rigorosamente fiscalizados pelas agências de vigilância sanitária.
Pretendemos assim, disseminar informações técnico-científicas de qualidade e totalmente baseadas em evidências e devidamente fundamentadas e referenciadas cientificamente.
Além disso, estamos aqui estabelecendo uma rede de comunicação, informações e serviços relacionados a TMHB com intuito de unir quem procura um serviço ou informação específica e quem o oferece de maneira séria, ética e eficaz.
Devemos alertar também que, embora as informações publicadas neste site sejam consultadas em fontes consideradas confiáveis e à disposição até o presente momento, não substituem nenhum tratamento ou orientação de seu médico. Todas as decisões relacionadas à saúde só devem ser tomadas com conhecimento e consentimento do médico.
Com o aumento da expectativa de vida, cresce também o número de pessoas mais idosas, sendo que atualmente para cada grupo de 45 homens que atingem os 85 anos há outro de 100 mulheres que chegam à mesma idade. Isso significa que o número de mulheres com mais de 45 anos deverá exceder os 700 milhões. E no Brasil não será diferente.
A medicina depara-se, portanto, com um desafio: dominar e controlar as consequências decorrentes da idade mais avançada, o que no caso específico da mulher é representado pelo período pré e pós-menopausa.
Uma pesquisa, realizada no Canadá, indicou que as mulheres vêem a fase do climatério e menopausa como uma etapa da vida feliz e cheia de realizações já que, em geral, não têm mais a sobrecarga de cuidar do lar e de filhos pequenos e podem dedicar-se às carreiras profissionais e a si mesmas, como é habitual nos dias de hoje.
A menopausa é o fim da fase reprodutiva da mulher. Mas definitivamente, não é o fim da fase produtiva!
Sendo assim, o desafio é ajudá-la a passar por esse período com saúde e bem-estar, livre dos efeitos incômodos do desequilíbrio hormonal, e ainda mantê-la saudável por muitos anos após a menopausa.
A menopausa ocorre em um período estratégico da vida da mulher, quando a saúde preventiva tem um impacto maior.
Nesse caso, uma ferramenta potencialmente benéfica à disposição é a TERAPIA DE MODULAÇÃO HORMONAL BIOIDÊNTICA (TMHB).
Continuando nosso contexto, ainda em função do aumento da população mundial principalmente entre a população mais idosa, dentre os temas médicos em evidência no século 21 estão aqueles relativos ao envelhecimento.
Recentemente, um significativo interesse se desenvolveu sobre a importância da condição conhecida como climatério masculino ou andropausa. Na verdade, o termo andropausa é biologicamente inapropriado, uma vez que, diferentemente das mulheres, nas quais o ciclo reprodutivo encerra-se de forma definitiva na totalidade das mulheres, nos homens este processo não é universal, ocorre em uma parcela da população masculina e quando ocorre as manifestações clínicas são bem mais gradativas e lentas do que nas mulheres.
O termo mais apropriado seria Declínio Androgênico no Homem de Meia–idade.
O Declínio Androgênico afeta cerca de 1 em cada 200 homens e a definição do quadro clinicamente relevante algumas vezes é incerta, portanto, é importante buscar auxílio médico para reconhecer e identificar os sinais e sintomas e determinar a necessidade ou não do tratamento.
Consideramos este alerta fundamental para todos os homens na faixa etária dos 40 aos 65 anos, pois, as mulheres de maneira geral já têm incorporado o hábito da visita no mínimo anual ao seu médico, cabendo a ele a oportunidade de determinar a necessidade ou não de tratamento.
O homem, ao contrário, na maioria das vezes não tem o mesmo hábito incorporado e os sintomas poderão ser desprezados ou confundidos com o processo natural de envelhecimento e poderá perder-se uma grande oportunidade para melhorar consideravelmente a qualidade de vida nesta fase.
Para o homem também temos atualmente a opção da TERAPIA DE MODULAÇÃO HORMONAL BIOIDÊNTICA (TMHB).
A atividade de um hormônio é determinada em parte pela sua estrutura química, que possibilita a ligação deste no que chamamos de sítio de ação específico dentro do organismo, como se fosse num sistema de chave-fechadura pode-se concluir que, ao serem utilizadas substâncias quimicamente diferentes, esta ligação fica prejudicada podendo nem ocorrer e estas substâncias podem não exercer o efeito esperado.
Por outro lado, ao utilizarmos hormônios quimicamente iguais aqueles que por variados motivos o organismo humano deixou de produzir ou reduziu a produção, a chance desta ligação ocorrer aumenta consideravelmente e consequentemente aumenta também o efeito hormonal. Assim é possível devolver ao organismo a função do hormônio efetivamente carente.
Ainda seguindo nessa linha de raciocínio, podemos deduzir também, que da mesma forma que uma substância dentro do organismo tem um efeito, também deverá ser transformada e/ou eliminada, e nosso organismo é “programado” para fazer isto com as substâncias que reconhece. A transformação de uma substância não reconhecida como um medicamento ou um hormônio não-bioidentico pode gerar substâncias nocivas e prejudiciais que conferem o que conhecemos por efeitos adversos indesejáveis.
Concluindo:
Podemos assegurar que, a utilização de hormônios totalmente bioidênticos, quando devidamente determinada pelo médico, a necessidade da reposição ou modulação hormonal (termo preferido atualmente), proporciona ao paciente maior eficácia e segurança, com menor incidência de efeitos indesejáveis.
Ressaltamos aqui a absoluta necessidade de acompanhamento médico tanto no caso do climatério quanto no declínio androgênico, o médico é capaz de diagnosticar o quadro através da avaliação do histórico do paciente e de dados familiares, da avaliação de resultados de exames de laboratório e da sua própria experiência e avaliação clínica e decidir pela melhor forma de tratamento avaliando os benefícios e riscos relativos envolvidos em todo e qualquer tipo de intervenção de tratamento.
Obs.: Apresentaremos artigos específicos para demonstrar e aprofundar este assunto.
Chegará então a vez dos hormônios bioidênticos que, embora já utilizados nos EUA e na Europa há uma década, após 2002 passaram a ter muito mais visibilidade, sua utilização aumentou e passaram a ser conhecidos em quase todo o mundo, inclusive no Brasil. Surgiram também, como esperado, as controvérsias e discussões, que também serão abordados em artigos específicos.
Com isso, atingimos nosso objetivo de fazer um apanhado geral e esclarecer os pontos chaves, temos certeza que os leitores tanto os profissionais de saúde quanto a população em geral interessados no tema: HORMÔNIOS BIOIDÊNTICOS, encontrarão informações valiosas e fundamentais para melhorar a qualidade de vida das pessoas em geral.
OBJETIVOS
Abordar o assunto Hormônios Bioidênticos, a Terapia de Modulação Hormonal com Hormônios Bioidênticos (TMHB) e outros temas correlatos de forma séria, sistemática, ética e profissional com a finalidade de apoiar, esclarecer e informar os profissionais de saúde e a população em geral interessados ou envolvidos neste assunto de alguma forma.Pretendemos assim, disseminar informações técnico-científicas de qualidade e totalmente baseadas em evidências e devidamente fundamentadas e referenciadas cientificamente.
Além disso, estamos aqui estabelecendo uma rede de comunicação, informações e serviços relacionados a TMHB com intuito de unir quem procura um serviço ou informação específica e quem o oferece de maneira séria, ética e eficaz.
Devemos alertar também que, embora as informações publicadas neste site sejam consultadas em fontes consideradas confiáveis e à disposição até o presente momento, não substituem nenhum tratamento ou orientação de seu médico. Todas as decisões relacionadas à saúde só devem ser tomadas com conhecimento e consentimento do médico.
O CONTEXTO EM TORNO DOS HORMÔNIOS BIOIDÊNTICOS
De acordo com pesquisas recentes, a população mundial continuará crescendo nas próximas décadas e 95 % desse crescimento deverá ocorrer nos países em desenvolvimento.Com o aumento da expectativa de vida, cresce também o número de pessoas mais idosas, sendo que atualmente para cada grupo de 45 homens que atingem os 85 anos há outro de 100 mulheres que chegam à mesma idade. Isso significa que o número de mulheres com mais de 45 anos deverá exceder os 700 milhões. E no Brasil não será diferente.
A medicina depara-se, portanto, com um desafio: dominar e controlar as consequências decorrentes da idade mais avançada, o que no caso específico da mulher é representado pelo período pré e pós-menopausa.
Uma pesquisa, realizada no Canadá, indicou que as mulheres vêem a fase do climatério e menopausa como uma etapa da vida feliz e cheia de realizações já que, em geral, não têm mais a sobrecarga de cuidar do lar e de filhos pequenos e podem dedicar-se às carreiras profissionais e a si mesmas, como é habitual nos dias de hoje.
A menopausa é o fim da fase reprodutiva da mulher. Mas definitivamente, não é o fim da fase produtiva!
Sendo assim, o desafio é ajudá-la a passar por esse período com saúde e bem-estar, livre dos efeitos incômodos do desequilíbrio hormonal, e ainda mantê-la saudável por muitos anos após a menopausa.
A menopausa ocorre em um período estratégico da vida da mulher, quando a saúde preventiva tem um impacto maior.
Nesse caso, uma ferramenta potencialmente benéfica à disposição é a TERAPIA DE MODULAÇÃO HORMONAL BIOIDÊNTICA (TMHB).
Continuando nosso contexto, ainda em função do aumento da população mundial principalmente entre a população mais idosa, dentre os temas médicos em evidência no século 21 estão aqueles relativos ao envelhecimento.
Recentemente, um significativo interesse se desenvolveu sobre a importância da condição conhecida como climatério masculino ou andropausa. Na verdade, o termo andropausa é biologicamente inapropriado, uma vez que, diferentemente das mulheres, nas quais o ciclo reprodutivo encerra-se de forma definitiva na totalidade das mulheres, nos homens este processo não é universal, ocorre em uma parcela da população masculina e quando ocorre as manifestações clínicas são bem mais gradativas e lentas do que nas mulheres.
O termo mais apropriado seria Declínio Androgênico no Homem de Meia–idade.
O Declínio Androgênico afeta cerca de 1 em cada 200 homens e a definição do quadro clinicamente relevante algumas vezes é incerta, portanto, é importante buscar auxílio médico para reconhecer e identificar os sinais e sintomas e determinar a necessidade ou não do tratamento.
Consideramos este alerta fundamental para todos os homens na faixa etária dos 40 aos 65 anos, pois, as mulheres de maneira geral já têm incorporado o hábito da visita no mínimo anual ao seu médico, cabendo a ele a oportunidade de determinar a necessidade ou não de tratamento.
O homem, ao contrário, na maioria das vezes não tem o mesmo hábito incorporado e os sintomas poderão ser desprezados ou confundidos com o processo natural de envelhecimento e poderá perder-se uma grande oportunidade para melhorar consideravelmente a qualidade de vida nesta fase.
Para o homem também temos atualmente a opção da TERAPIA DE MODULAÇÃO HORMONAL BIOIDÊNTICA (TMHB).
CONHECENDO E DESMISTIFICANDO OS HORMÔNIOS BIOIDÊNTICOS
Algumas definições e conceitos para esclarecer aspectos fundamentais:-
Hormônio Natural:
O termo natural diz respeito a uma substância retirada da natureza que não passa por nenhum processo de transformação industrial e pode ser de origem vegetal, animal ou mineral. -
Hormônio Sintético:
O termo sintético refere-se a uma substância que passou por um processo industrial de síntese, transformação ou modificação em sua estrutura química.
Obs.: Desse modo, os termos natural e sintético referem-se à origem ou à fonte de uma substância e não estão relacionados a sua estrutura química. - Hormônio Bioidêntico: O termo bioidêntico refere-se a uma substância cuja estrutura molecular é exatamente idêntica à dos equivalentes produzidos pelo nosso próprio organismo, independentemente da fonte da qual se origina (assim pode ser natural ou sintética).
- Estrógenos conjugados (PremarinR) - Substância extraída da urina de éguas prenhes com ação hormonal. É uma substância natural, mas não, bioidêntica, porque refere-se aos hormônios produzidos pelas éguas e não pelos seres humanos.
- Acetato de medroxiprogesterona (ProveraR) - Substância obtida por síntese química na indústria. É, portanto, sintética, mas não é bioidêntica.
- Isoflavona de soja - Fitohormônio extraído da soja, de origem natural e com alguma atividade hormonal. No entanto, não é bioidêntico aos hormônios humanos.
- Estradiol, estrona, estriol, DHEA, pregnenolona, progesterona, testosterona, tiroxina, triiodotireonina - São hormônios bioidênticos aos produzidos pelo organismo humano, independentemente da fonte da qual se originam (natural ou sintética).
- Terapia de Modulação Hormonal Bioidêntica (TMHB) - Refere-se ao uso apenas de hormônios bioidênticos, no lugar de substâncias estranhas ao organismo humano.
A atividade de um hormônio é determinada em parte pela sua estrutura química, que possibilita a ligação deste no que chamamos de sítio de ação específico dentro do organismo, como se fosse num sistema de chave-fechadura pode-se concluir que, ao serem utilizadas substâncias quimicamente diferentes, esta ligação fica prejudicada podendo nem ocorrer e estas substâncias podem não exercer o efeito esperado.
Por outro lado, ao utilizarmos hormônios quimicamente iguais aqueles que por variados motivos o organismo humano deixou de produzir ou reduziu a produção, a chance desta ligação ocorrer aumenta consideravelmente e consequentemente aumenta também o efeito hormonal. Assim é possível devolver ao organismo a função do hormônio efetivamente carente.
Ainda seguindo nessa linha de raciocínio, podemos deduzir também, que da mesma forma que uma substância dentro do organismo tem um efeito, também deverá ser transformada e/ou eliminada, e nosso organismo é “programado” para fazer isto com as substâncias que reconhece. A transformação de uma substância não reconhecida como um medicamento ou um hormônio não-bioidentico pode gerar substâncias nocivas e prejudiciais que conferem o que conhecemos por efeitos adversos indesejáveis.
Concluindo:
Podemos assegurar que, a utilização de hormônios totalmente bioidênticos, quando devidamente determinada pelo médico, a necessidade da reposição ou modulação hormonal (termo preferido atualmente), proporciona ao paciente maior eficácia e segurança, com menor incidência de efeitos indesejáveis.
Ressaltamos aqui a absoluta necessidade de acompanhamento médico tanto no caso do climatério quanto no declínio androgênico, o médico é capaz de diagnosticar o quadro através da avaliação do histórico do paciente e de dados familiares, da avaliação de resultados de exames de laboratório e da sua própria experiência e avaliação clínica e decidir pela melhor forma de tratamento avaliando os benefícios e riscos relativos envolvidos em todo e qualquer tipo de intervenção de tratamento.
Obs.: Apresentaremos artigos específicos para demonstrar e aprofundar este assunto.
A EVOLUÇÃO DA TERAPIA DE REPOSIÇÃO HORMONAL (TRH)
- 1943 - Allen W. extraiu uma substância estrogênica, denominada estrógenos conjugados da urina de éguas prenhes, esta substância teve a patente vendida para Ayerst que produziu e lançou o PremarinR
- 1966 - Wilson R . publica o livro: Feminine Forever, onde declarava que as mulheres após a menopausa deixariam de ser efetivamente mulheres a não ser que fizessem uso de reposição hormonal com PremarinR (isso tudo foi um tremendo engano, só muito mais tarde descoberto)
- 1975 - 6 milhões de mulheres tratadas com PremarinR
- 1989 - Uma corrente de médicos nos EUA e Europa começava a questionar a TRH comum na época e buscar opções melhores. Dr. Hargrove JT publicou um estudo comparando a terapia com hormônios bioidênticos e não bioidênticos.
- 1990 - Dr.Wright JV . pesquisa reposição
hormonal com a associação de estrógenos de forma a imitar a produção do
organismo feminino correspondentes a uma mulher com 30 anos de idade,
considerado o auge da produção hormonal feminina.
- Dr.Lee J pesquisa e publica vários livros sobre Progesterona bioidêntica e seus benefícios - 2002 - WHI - estudo de grande porte publicado pelo JAMA, envolvendo mais de 16.000 mulheres em vários centros médicos nos EUA, em terapia com a TRH convencional que utiliza estrógenos eqüinos e medroxiprogesterona, este estudo foi interrompido devido ao elevado aumento dos riscos inclusive câncer de mamas.
Chegará então a vez dos hormônios bioidênticos que, embora já utilizados nos EUA e na Europa há uma década, após 2002 passaram a ter muito mais visibilidade, sua utilização aumentou e passaram a ser conhecidos em quase todo o mundo, inclusive no Brasil. Surgiram também, como esperado, as controvérsias e discussões, que também serão abordados em artigos específicos.
Com isso, atingimos nosso objetivo de fazer um apanhado geral e esclarecer os pontos chaves, temos certeza que os leitores tanto os profissionais de saúde quanto a população em geral interessados no tema: HORMÔNIOS BIOIDÊNTICOS, encontrarão informações valiosas e fundamentais para melhorar a qualidade de vida das pessoas em geral.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
- Diczfalusy E.- Menopause, developing countries and the 21st century. Acta Obstet Gynecol Scand Suppl 1986;134:45-57
- Speroff L.- Preventive health care for older women.
Int J Fertil Menopausal Stud 1996 Mar-Apr;41(2):64-8 - Kaufert P, Boggs PP, Ettinger B, Woods NF, Utian WH.-
Women and menopause: beliefs, attitudes, and behaviors. The North
American
Menopause Society 1997 Menopause Survey.
Menopause 1998 Winter;5(4):197-202 - Hargrove JT, Maxson WS, Wentz AC, Burnett LS. -
Menopausal hormone replacement therapy with continuous daily oral
micronizedestradiol and progesterone.
Obstet Gynecol 1989 Apr;73(4):606-12 - Wright JV, Schliesman B, Robinson L.- Comparative
measurements of serum estriol, estradiol, and estrone in non-pregnant,
premenopausal women; a preliminary investigation.
Altern Med Rev 1999 Aug;4(4):266-70 - Lee JR. - Is natural progesterone the missing link in osteoporosis prevention and treatment?
Med Hypotheses 1991 Aug;35(4):316-8
Erratum in: Med Hypotheses 1991 Oct;36(2):178 - Writing Group for the Women's Health Initiative Investigators. - Risks and benefits of estrogen plus progestin in healthy postmenopausal women:principal results From the Women's Health Initiative randomized controlled trial. JAMA. 2002 Jul 17;288(3):321-33.
- Lunenfeld B. - Androgen therapy in the aging male.
World J Urol. 2003 Nov;21(5):292-305. Epub 2003 Oct 24. - McClure RD. - Androgen deficiency and the aging male: new urologic perspectives. Curr Urol Rep. 2001 Dec;2(6):453-9.
- Morales A, Heaton JP, Carson CC 3rd. - Andropause: a misnomer for a true clinical entity. J Urol. 2000 Mar;163(3):705-12. Comment in: J Urol. 2000 Oct;164(4):1319.
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