quinta-feira, 1 de maio de 2014

Afinal de Contas, o que são os Biodênticos?

       

Hans Graf - Professor do Serviço de Endocrinologia da Universidade Federal do Paraná (SEMPR).

De tempos em tempos, a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) é obrigada a se manifestar sobre determinadas terminologias utilizadas por alguns profissionais (com frequência, não endocrinologistas) que pretendem ser “novidades” no campo da Endocrinologia, mas que, na realidade, muito mais confundem os nossos pacientes e mesmo os endocrinologistas.
Muito se fala, hoje, dos chamados “Hormônios Bioidênticos”, substâncias hormonais que possuem exatamente a mesma estrutura química e molecular encontrada nos hormônios produzidos no corpo humano. Esta nomenclatura está sendo utilizada indevidamente apenas para os hormônios manipulados, como se fossem novas opções de tratamento, quando, na verdade, há muito tempo hormônios bioidênticos são produzidos em indústrias farmacêuticas e estão disponíveis nas farmácias.

O uso do termo vem sendo feito com objetivos evidentemente comerciais, como uma forma de marketing. Quando um endocrinologista prescreve tiroxina, estradiol e progesterona natural, testosterona, hormônio do crescimento e outros, ele na realidade está receitando hormônios “bioidênticos”, no sentido de que são hormônios cuja fórmula molecular é igual à dos produzidos pelo corpo humano, apenas que não são “manipulados” em farmácias. No entanto, a sua estrutura molecular em nada difere dos produzidos pelo organismo humano. Os defensores dos “bioidênticos” manipulados dizem que eles podem ser feitos sob medida para cada paciente. Em comunicado oficial, a Sociedade de Endocrinologia dos Estados Unidos (Endocrine Society) adverte que a fabricação individualizada de um hormônio é praticamente impossível de ser alcançada em função das inúmeras variações fisiológicas.
Não existem estudos científicos sérios que atestem quaisquer benefícios dos chamados “bioidênticos manipulados” sobre os medicamentos regularmente utilizados pelos endocrinologistas, produzidos por indústrias farmacêuticas com grande tecnologia.
Um aspecto mais sério e importante de discussão é que as manipulações hormonais não são controladas pelos órgãos de vigilância sanitária, ao contrário daqueles fabricados pelos grandes laboratórios. Quando prescrevemos tiroxina, temos à nossa disposição no Brasil quatro grandes laboratórios que utilizam alta tecnologia para a produção do produto em diversas titulações. Estamos falando aqui exatamente de um hormônio “bioidêntico”, uma vez que a sua estrutura molecular é idêntica à tiroxina produzida pelo organismo humano. Esta questão é tão evidente e clara aos profissionais que a utilizam, que não existe a necessidade de que seja explicitado na bula do medicamento que ele é “bioidêntico” (ou idêntico à tiroxina humana).
O grande apelo comercial dos hormônios “bioidênticos” manipulados é o de que eles seriam “naturais” e, por esse motivo, o organismo se mostraria capaz de metabolizá-los da mesma forma que faz com um hormônio do próprio corpo. Esta é uma linguagem metafórica para passar aos pacientes a idéia de que o hormônio “bioidêntico manipulado” é superior ao hormônio não manipulado. Além disto, a adoção da palavra “bioidêntico“ é muito questionada, porque não há nada de científico nesse termo. É uma mera questão mercadológica. Como comenta o ex-presidente da SBEM, Dr. Ricardo Meirelles, a palavra “bioidêntico” não existe nem nos dicionários dos Professores Aurélio Buarque de Holanda ou Antonio Houssais, nem no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, da Academia Brasileira de Letras.
Os pacientes, mesmo de nível intelectual excelente, dificilmente irão questionar o profissional que está prescrevendo uma medicação que é um “recente avanço” no tratamento hormonal, isenta de qualquer risco porque são feitas sob medida para cada paciente, a chamada “modulação hormonal” ou “customização”. É uma linguagem já conhecida e que nos remete à linguagem da prescrição de “fórmulas” para emagrecimento ou para outros fins, nas quais cada princípio ativo seria específico para determinado paciente. Infelizmente, os pacientes desconhecem o muito frequente “desconhecimento” destes profissionais sobre os próprios princípios ativos que estão sendo utilizados. E como um modismo, outros profissionais passam a prescrever hormônios “bioidênticos”, tentando sempre passar a ideia de que seus produtos manipulados são superiores aos produzidos pela indústria farmacêutica. Isto não soa como ótima música para os nossos pacientes? Receber uma medicação “bioidêntica” manipulada, individualizada e sem risco? As farmácias de manipulação, alvo de tantas controvérsias anteriores, passaram a ter um mercado hormonal renovado, com objetivos definitivamente comerciais. E obviamente não existe tratamento hormonal sem riscos, uma vez que além da indicação adequada, o profissional deve ter conhecimento da farmacologia hormonal, assim como a farmácia de manipulação deve ter as condições de formular adequadamente o hormônio.
Os especialistas em Endocrinologia profissionalmente sérios, desde o momento da definição clara de uma doença endócrina, usam de forma rotineira há várias décadas os hormônios bioidênticos. O tratamento tradicional de reposição hormonal com medicações como tiroxina, estradiol e progesterona natural, testosterona, hormônio do crescimento e outros, nada mais é que a prescrição de hormônios idênticos aos produzidos pelo corpo humano. Ou seja, há décadas estamos utilizando hormônios “bioidênticos”, no sentido de que são hormônios cuja fórmula molecular é igual à dos produzidos pelo corpo humano. Talvez deva ficar claro para os profissionais que utilizam “bioidênticos” formulados que nada de novo foi criado recentemente, que existe claramente um  apelo comercial no que está sendo feito e que o produto final manipulado nada tem de melhor que produtos industrializados de reconhecidas indústrias farmacêuticas. Além disto, a falta de uma fiscalização contínua sobre produtos manipulados é uma desvantagem em relação aos produtos da indústria farmacêutica, que são rigorosamente fiscalizados pelas agências de vigilância sanitária.

OBJETIVOS

Abordar o assunto Hormônios Bioidênticos, a Terapia de Modulação Hormonal com Hormônios Bioidênticos (TMHB) e outros temas correlatos de forma séria, sistemática, ética e profissional com a finalidade de apoiar, esclarecer e informar os profissionais de saúde e a população em geral interessados ou envolvidos neste assunto de alguma forma.
Pretendemos assim, disseminar informações técnico-científicas de qualidade e totalmente baseadas em evidências e devidamente fundamentadas e referenciadas cientificamente.
Além disso, estamos aqui estabelecendo uma rede de comunicação, informações e serviços relacionados a TMHB com intuito de unir quem procura um serviço ou informação específica e quem o oferece de maneira séria, ética e eficaz.
Devemos alertar também que, embora as informações publicadas neste site sejam consultadas em fontes consideradas confiáveis e à disposição até o presente momento, não substituem nenhum tratamento ou orientação de seu médico. Todas as decisões relacionadas à saúde só devem ser tomadas com conhecimento e consentimento do médico.

O CONTEXTO EM TORNO DOS HORMÔNIOS BIOIDÊNTICOS

De acordo com pesquisas recentes, a população mundial continuará crescendo nas próximas décadas e 95 % desse crescimento deverá ocorrer nos países em desenvolvimento.
Com o aumento da expectativa de vida, cresce também o número de pessoas mais idosas, sendo que atualmente para cada grupo de 45 homens que atingem os 85 anos há outro de 100 mulheres que chegam à mesma idade. Isso significa que o número de mulheres com mais de 45 anos deverá exceder os 700 milhões. E no Brasil não será diferente.
A medicina depara-se, portanto, com um desafio: dominar e controlar as consequências decorrentes da idade mais avançada, o que no caso específico da mulher é representado pelo período pré e pós-menopausa.
Uma pesquisa, realizada no Canadá, indicou que as mulheres vêem a fase do climatério e menopausa como uma etapa da vida feliz e cheia de realizações já que, em geral, não têm mais a sobrecarga de cuidar do lar e de filhos pequenos e podem dedicar-se às carreiras profissionais e a si mesmas, como é habitual nos dias de hoje.
A menopausa é o fim da fase reprodutiva da mulher. Mas definitivamente, não é o fim da fase produtiva!
Sendo assim, o desafio é ajudá-la a passar por esse período com saúde e bem-estar, livre dos efeitos incômodos do desequilíbrio hormonal, e ainda mantê-la saudável por muitos anos após a menopausa.
A menopausa ocorre em um período estratégico da vida da mulher, quando a saúde preventiva tem um impacto maior.
Nesse caso, uma ferramenta potencialmente benéfica à disposição é a TERAPIA DE MODULAÇÃO HORMONAL BIOIDÊNTICA (TMHB).
Continuando nosso contexto, ainda em função do aumento da população mundial principalmente entre a população mais idosa, dentre os temas médicos em evidência no século 21 estão aqueles relativos ao envelhecimento.
Recentemente, um significativo interesse se desenvolveu sobre a importância da condição conhecida como climatério masculino ou andropausa. Na verdade, o termo andropausa é biologicamente inapropriado, uma vez que, diferentemente das mulheres, nas quais o ciclo reprodutivo encerra-se de forma definitiva na totalidade das mulheres, nos homens este processo não é universal, ocorre em uma parcela da população masculina e quando ocorre as manifestações clínicas são bem mais gradativas e lentas do que nas mulheres.
O termo mais apropriado seria Declínio Androgênico no Homem de Meia–idade.
O Declínio Androgênico afeta cerca de 1 em cada 200 homens e a definição do quadro clinicamente relevante algumas vezes é incerta,  portanto, é importante buscar auxílio médico para reconhecer e identificar os sinais  e sintomas e determinar a necessidade ou não do tratamento.
Consideramos este alerta fundamental para todos os homens na faixa etária dos 40 aos 65 anos, pois, as mulheres de maneira geral já têm incorporado o hábito da visita no mínimo anual ao seu médico, cabendo a ele a oportunidade de determinar a necessidade ou não de tratamento.
O homem, ao contrário, na maioria das vezes não tem o mesmo hábito incorporado e os sintomas poderão ser desprezados ou confundidos com o processo natural de envelhecimento e poderá perder-se uma grande oportunidade para melhorar consideravelmente a qualidade de vida nesta fase.
Para o homem também temos atualmente a opção da TERAPIA DE MODULAÇÃO HORMONAL BIOIDÊNTICA (TMHB).

CONHECENDO E DESMISTIFICANDO OS HORMÔNIOS BIOIDÊNTICOS

Algumas definições e conceitos para esclarecer aspectos fundamentais:
  • Hormônio Natural:
    O termo natural diz respeito a uma substância retirada da natureza que não passa por nenhum processo de transformação industrial e pode ser de origem vegetal, animal ou mineral.
  • Hormônio Sintético:
    O termo sintético refere-se a uma substância que passou por um processo industrial de síntese, transformação ou modificação em sua estrutura química.
    Obs.: Desse modo, os termos natural e sintético referem-se à origem ou à fonte de uma substância e não estão relacionados a sua estrutura química.
  • Hormônio Bioidêntico: O termo bioidêntico refere-se a uma substância cuja  estrutura molecular é exatamente idêntica à dos equivalentes produzidos pelo nosso próprio organismo, independentemente da fonte da qual se origina (assim pode ser natural ou sintética).
Alguns exemplos:
  • Estrógenos conjugados (PremarinR) - Substância extraída da  urina de éguas prenhes com ação hormonal. É uma substância natural, mas não, bioidêntica, porque refere-se aos hormônios produzidos pelas éguas e não pelos seres humanos.
  • Acetato de medroxiprogesterona (ProveraR) - Substância obtida por síntese química na indústria. É, portanto, sintética, mas não é bioidêntica.
  • Isoflavona de soja -  Fitohormônio extraído da soja, de origem natural e com alguma atividade hormonal. No entanto, não é bioidêntico aos hormônios humanos.
  • Estradiol, estrona, estriol, DHEA, pregnenolona, progesterona, testosterona, tiroxina, triiodotireonina - São hormônios bioidênticos aos produzidos pelo organismo humano, independentemente da fonte da qual se originam (natural ou sintética).
  • Terapia de Modulação Hormonal Bioidêntica (TMHB) -  Refere-se ao uso apenas de hormônios bioidênticos, no  lugar de substâncias estranhas ao organismo humano.
Considerando que:
A atividade de um hormônio é determinada em parte pela sua estrutura química, que possibilita a ligação deste no que chamamos de sítio de ação  específico dentro do organismo, como se fosse num sistema de chave-fechadura pode-se concluir que, ao serem utilizadas substâncias quimicamente diferentes, esta ligação fica prejudicada podendo nem ocorrer e estas substâncias podem não exercer o efeito esperado.
Por outro lado, ao utilizarmos hormônios quimicamente iguais aqueles que por variados motivos o organismo humano deixou de produzir ou reduziu a produção, a chance desta ligação ocorrer aumenta consideravelmente e consequentemente aumenta também o efeito hormonal. Assim é possível devolver ao organismo a função do hormônio efetivamente carente.
Ainda seguindo nessa linha de raciocínio, podemos deduzir também, que da mesma forma que uma substância dentro do organismo tem um efeito, também deverá ser transformada e/ou eliminada, e nosso organismo é “programado” para fazer isto com as substâncias que reconhece. A transformação de uma substância não reconhecida como um medicamento ou um hormônio não-bioidentico pode gerar substâncias nocivas e prejudiciais que conferem o que conhecemos por efeitos adversos indesejáveis.
Concluindo:
Podemos assegurar que, a utilização de hormônios totalmente bioidênticos, quando devidamente determinada pelo médico, a necessidade da reposição ou modulação hormonal (termo preferido atualmente), proporciona ao paciente maior eficácia e segurança, com menor incidência de efeitos indesejáveis.
Ressaltamos aqui a absoluta necessidade de acompanhamento médico tanto no caso do climatério quanto no declínio androgênico, o médico é capaz de diagnosticar o quadro através da avaliação do histórico do paciente e de dados familiares, da avaliação de resultados de exames de laboratório e da sua própria experiência e avaliação clínica e decidir pela melhor forma de tratamento avaliando os benefícios e riscos relativos envolvidos em todo e qualquer tipo de intervenção de tratamento.
Obs.: Apresentaremos artigos específicos para demonstrar e aprofundar este assunto.

A EVOLUÇÃO DA TERAPIA DE REPOSIÇÃO HORMONAL (TRH)

  • 1943 - Allen W.  extraiu uma substância estrogênica, denominada estrógenos conjugados da urina de éguas prenhes, esta substância teve a patente vendida para Ayerst que produziu e lançou o PremarinR
  • 1966 - Wilson R .  publica o livro:  Feminine Forever, onde declarava que as mulheres após a menopausa deixariam de ser efetivamente mulheres a  não ser que fizessem uso de reposição hormonal com PremarinR  (isso tudo foi um tremendo engano, só muito mais tarde descoberto)
  • 1975 - 6 milhões de mulheres tratadas com PremarinR
  • 1989 - Uma corrente de médicos nos EUA e Europa começava a questionar a TRH comum na época e buscar opções melhores.  Dr. Hargrove JT  publicou um estudo comparando a terapia com hormônios bioidênticos e não bioidênticos.
  • 1990 - Dr.Wright JV .  pesquisa reposição hormonal com a associação de estrógenos de forma a imitar a produção do organismo feminino correspondentes a uma mulher com 30 anos de idade, considerado o auge da produção hormonal feminina.
             - Dr.Lee J pesquisa e publica vários livros sobre Progesterona bioidêntica e seus benefícios
  • 2002 - WHI - estudo de grande porte publicado pelo JAMA, envolvendo mais de 16.000 mulheres em vários centros médicos nos EUA, em terapia com a TRH convencional que utiliza estrógenos eqüinos e medroxiprogesterona, este estudo foi interrompido devido ao elevado aumento dos riscos inclusive câncer de mamas.
Deste momento em diante a TRH convencional passou a ser discutida nos meios médicos e na maioria dos casos não mais recomendada.
Chegará então a vez dos hormônios bioidênticos que, embora já utilizados nos EUA e na Europa há uma década, após 2002 passaram a ter muito mais visibilidade, sua utilização aumentou e passaram a ser conhecidos em quase todo o mundo, inclusive no Brasil. Surgiram também, como esperado, as controvérsias e discussões, que também serão abordados em artigos específicos.
Com isso, atingimos nosso objetivo de fazer um apanhado geral e esclarecer os pontos chaves, temos certeza que os leitores tanto os profissionais de saúde quanto a população em geral interessados no tema: HORMÔNIOS BIOIDÊNTICOS,  encontrarão informações valiosas e fundamentais para melhorar a qualidade de vida das pessoas em geral.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

  • Diczfalusy E.- Menopause, developing countries and the 21st century. Acta Obstet Gynecol Scand Suppl 1986;134:45-57
  • Speroff L.- Preventive health care for older women.
    Int J Fertil Menopausal Stud  1996 Mar-Apr;41(2):64-8
  • Kaufert P, Boggs PP, Ettinger B, Woods NF, Utian WH.- Women and menopause: beliefs, attitudes, and behaviors. The North American
    Menopause Society 1997 Menopause Survey.
    Menopause  1998 Winter;5(4):197-202
  • Hargrove JT, Maxson WS, Wentz AC, Burnett LS. - Menopausal hormone replacement therapy with continuous daily oral micronizedestradiol and progesterone.
    Obstet Gynecol  1989 Apr;73(4):606-12
  • Wright JV, Schliesman B, Robinson L.- Comparative measurements of serum estriol, estradiol, and estrone in non-pregnant, premenopausal women; a preliminary investigation.
    Altern Med Rev  1999 Aug;4(4):266-70
  • Lee JR. - Is natural progesterone the missing link in osteoporosis prevention and treatment?
    Med Hypotheses  1991 Aug;35(4):316-8
    Erratum in: Med Hypotheses 1991 Oct;36(2):178
  • Writing Group for the Women's Health Initiative Investigators. - Risks and benefits of estrogen plus progestin in healthy postmenopausal women:principal results From the Women's Health Initiative randomized controlled trial. JAMA. 2002 Jul 17;288(3):321-33.
  • Lunenfeld B. - Androgen therapy in the aging male.
    World J Urol.  2003 Nov;21(5):292-305. Epub 2003 Oct 24.
  • McClure RD. - Androgen deficiency and the aging male: new urologic perspectives. Curr Urol Rep.  2001 Dec;2(6):453-9.
  • Morales A, Heaton JP, Carson CC 3rd. - Andropause: a misnomer for a true clinical entity. J Urol.  2000 Mar;163(3):705-12.  Comment in: J Urol. 2000 Oct;164(4):1319.

Obesidade

De nascença, as únicas coisas que podem tornar alguém propenso à obesidade são a presença de maior número de células adiposas no corpo e o sexo. Isso porque é nas células adiposas que ficam depositadas as gorduras que comemos (quem as tem em maior quantidade acumula mais gordura) e porque a mulher tende a engordar mais que o homem (o homem, quando se exercita ou, mesmo, em repouso, consome mais calorias que a mulher). Fora isso, inúmeros outros fatores agregam-se para atuar relativamente ao acúmulo de gordura no corpo.
Geneticamente falando, mesmo sendo provado que em 70% dos casos de obesidade as pessoas têm pai ou mãe obesos, principalmente a mãe, não existe, propriamente, um “gene da gordura”. Já a forma como fomos tratados na infância, a educação alimentar que recebemos, a formação da nossa auto-estima, assim como a identificação com pai ou mãe obesos constituem fatores psicológicos que podem fortalecer a propensão à obesidade. A comida é apenas um entre os diversos fatores envolvidos na obesidade e dietas de restrição alimentar sozinhas não funcionam para emagrecer. Contudo, a proporção correta de proteínas, carboidratos e gorduras é fundamental para a boa saúde.

A boa alimentação deve conter pouca gordura (cerca de 20% de calorias), ser moderada em proteínas e carboidratos complexos, e rica em fibras, vitaminas e minerais. O estresse, assim como a tensão e a ansiedade, podem provocar compulsão por doces, massas e todo tipo de carboidratos. Um conselho para enfrentar esse problema é relaxar antes de qualquer refeição, nem que seja por alguns segundos, pois isso ajuda o corpo a absorver os alimentos de um modo mais equilibrado e saudável. A falta de atividade física regular também interfere no aumento de peso, pois exercícios queimam calorias e evitam que os excessos fiquem estocados sob a forma de gordura. Algumas das atividades físicas mais recomendáveis são andar, a pé ou de bicicleta, nadar, dançar, brincar com crianças, pular corda, fazer jardinagem, praticar esportes ou artes marciais.
A ginástica, isoladamente, não faz emagrecer, mas responde pela firmeza dos músculos, deixando o corpo mais saudável e resistente. Para controlar ou combater a obesidade é importante prestar atenção a todos esses fatores; porém, existe um fator que os antecede e que poucas pessoas conhecem, que é a imagem mental que temos do nosso corpo. Isso fundamenta-se no princípio de que tudo o que se manifesta fisicamente existiu, antes, como idéia, até mesmo o nosso corpo.

O nosso corpo é moldado a partir de um protótipo mental. Ele se torna o que fazemos dele mentalmente, pois os processos cerebrais reguladores de todas as funções corporais podem ser alterados pelo cérebro. Logo, moldando-se na mente uma imagem corporal de pessoa magra, a tendência é o corpo emagrecer e manifestar a forma magra de dentro para fora, adaptando-se ao protótipo mental. E o principal: sem muito esforço e de forma duradoura. Considere esta idéia: exercícios mentais, atuando concretamente sobre os processos reguladores do cérebro, podem ser o complemento que vai fazer a diferença no seu programa de atividade física e/ou dieta alimentar.

Câncer de mama

   
Em nosso organismo, ocorrem milhares de divisões celulares por segundo. Nesse processo, muitas células acabam se dividindo mal e dando origem a células defeituosas, com algum grau de malignidade.
Quando o sistema imune está funcionando bem e dá conta de destruir todas as células defeituosas que surgem no organismo, nos mantemos saudáveis. Porém, quando isso não acontece e as células defeituosas começam a crescer indiscriminadamente, temos um tumor. Mas isso ainda não caracteriza um câncer.
Se o tumor for constituído por células defeituosas, cujo crescimento anormal tenha um limite, trata-se de um tumor benigno. Já se o crescimento celular não puder ser controlado e, além disso, as células tiverem a habilidade de sair do lugar em que se formou o tumor, fixando-se e crescendo em outros tecidos, trata-se de câncer ou de um tumor maligno.

Na mama, a maioria dos tumores origina-se nos ductos (carcinoma ductal), mas, também, podem formar-se nos lóbulos mamários (carcinoma lobular) ou em tecidos não-glandulares das mamas (sarcoma), o que é raro. Uma vez detectado um tumor maligno, deve-se retirá-lo para aliviar os mecanismos de defesa do corpo e facilitar a cura, pois, retirando-o, reduz-se a quantidade de células a serem destruídas pelo sistema imune. Quanto mais rápido se fizer isso, melhor. Contudo, em mulher que ainda menstrue, o ideal é esperar para fazer a operação na fase secretora do ciclo menstrual (após a ovulação), pois, nessa fase, os níveis de progesterona no organismo favorecem a recuperação pós-cirúrgica e diminuem a reincidência do problema. Não há razão para mulheres férteis serem operadas às pressas. Programar a operação para a segunda metade do ciclo menstrual não vai representar avanço significativo em uma doença que está se desenvolvendo no organismo há seis ou sete anos, pelo menos.

É bom ressaltar que o desenvolvimento do câncer de mama depende tanto de fatores incontroláveis (sexo feminino, idade superior a 50 anos, pele clara, caso da doença na família, menstruação precoce, ausência de gravidez, etc.) quanto de controláveis. Assim, toda mulher pode prevenir-se contra a doença adotando hábitos alimentares saudáveis, controlando vícios, como o tabagismo e o alcoolismo, controlando a obesidade, o estresse e as emoções negativas, entre outras práticas que melhoram o seu estilo de vida. Contudo, se um câncer for detectado, é fundamental que a mulher faça tudo isso, submeta-se ao tratamento e envolva-se de corpo e alma no processo da cura. Assim como a doença é multifatorial, o tratamento também deve ser multifatorial.
Outra coisa importante a destacar é o risco aumentado do desenvolvimento da doença em mulheres que usam pílulas anticoncepcionais ou que fazem a Terapia de Reposição Hormonal convencional, pois tanto os contraceptivos orais quanto os medicamentos usados na TRH convencional constituem-se de hormônios não-bioidênticos que, entre outras coisas, limitam o efeito protetor da progesterona endógena sobre o organismo.

Reposição hormonal sem riscos

  


O médico anti-aging americano Paul Ling Tai (FOTO) fala um pouco sobre hormônios bioidênticos, cuja manipulação idêntica aos hormônios produzidos pelo nosso organismo rendeu ao cientista Louis Ignarro o Prêmio Nobel de Medicina, de 1998.
1 - São hormônios, como o próprio nome diz, idênticos aos hormônios que a natureza produz em nosso corpo. São substâncias que possuem exatamente a mesma estrutura química e molecular encontrada nos hormônios naturalmente produzidos no corpo humano. O termo “bioidêntico” é utilizado para preparações que contêm hormônios, tais quais: estradiol, estrona, estriol, dehidroepiandrosterona, pregnenolona, progesterona, testosterona, melatonina, tiroxina, triiodotireonina e o hormônio do crescimento humano recombinante. Não são cópias são idênticos, por isso não produzem efeitos colaterais
2 – Por serem idênticos aos produzidos pelo nosso organismo, os receptores do nosso corpo captam 100% os hormônios bioidênticos. O que não acontece com os hormônios sintéticos.
3 - Assim como acontece com os hormônios que nosso próprio organismo produz, os hormônios bioidênticos se renovam naturalmente a cada 24h, no nosso organismo. Não fica paralisado no nosso corpo. Os hormônios sintéticos permanecem até 180 dias no nosso organismo. Já pensou algo que você come ficar até 180 dias dentro do seu corpo? Vira toxina, claro!
4 - Nosso corpo é programado para funcionar plenamente até os 30 anos, após isso começam as quedas (pausas) hormonais. O bioidênticos vêm para corrigir essas pausas, amenizam os efeitos da velhice, a pessoa fica com mais energia, corrigindo rugas de dentro para fora, recupera a beleza e o viço da pela, próprios de pessoas jovens, dá equilíbrio emocional, pois os hormônios estão todos equilibrados (lembra da fase da TPM?).
O assunto não é dos mais simples. Sempre se ouviu dizer que, na menopausa, a mulher precisa de estrogênio, quando, na verdade, o hormônio que mais se reduz nessa fase é a progesterona. Até bem pouco tempo também se pensou que o tipo de hormônio disponível no mercado para reposição hormonal fosse igual aos hormônios endógenos (produzidos pelo organismo humano), mas já se sabe que eles são, apenas, parecidos.
Antes de mais nada, vamos entender que a produção de hormônios pelo organismo humano começa a decrescer após determinada idade e que isso, nas mulheres, além de determinar o fim dos ciclos reprodutivos, também produz uma série de sintomas desagradáveis. Estou falando do climatério, período que antecede a menopausa, e da menopausa, propriamente dita. Se o organismo funcionava às mil maravilhas até os níveis de hormônios começarem a cair, parece natural que se possa ajudá-lo a continuar mantendo a sua vitalidade, sem sintomas desagradáveis, mediante um suprimento extra de hormônios. Isso é reposição hormonal.

Agora, porque tanta polêmica se, em tese, reposição hormonal é o melhor que se pode fazer para a manutenção da qualidade de vida da mulher? A polêmica é porque, em vez de os laboratórios produzirem hormônios iguais aos produzidos pelo organismo humano, fizeram um produto “parecido”. E “parecido” não é igual. Experimente abrir a porta da sua casa com uma chave muito parecida com a verdadeira: você pode até conseguir, mas vai acabar estragando tanto a chave quanto a fechadura, e, o que é pior, depois você não vai mais conseguir abrir a porta nem com a chave certa. É esse o problema. O hormônio “parecido” ocupa o lugar do endógeno, prejudica o organismo e acaba, até mesmo, impedindo que o próprio hormônio endógeno desempenhe suas funções. Depois que esses hormônios “parecidos” começaram a ser usados, as mulheres começaram a infartar mais e a ter mais câncer de mama. Coincidência? Não! Grandes e sérios estudos têm sido realizados sistematicamente para verificar os riscos oferecidos pela reposição hormonal, feita com esses hormônios “parecidos”, comprovando que ela tem aumentado os riscos de câncer de mama e de doenças cardiovasculares, entre outras. Mas esse problema está em vias de ser solucionado, porque, paralelamente ao pânico instalado com divulgação dos resultados desses estudos, iniciou-se a produção de hormônios com estrutura molecular idêntica à daqueles produzidos pelo organismo humano. Estou falando de “hormônios bioidênticos”. Se você está pensando que, porque são produzidos em laboratório, os “hormônios bioidênticos” também podem ser prejudiciais, engana-se! O fato de uma substância ser produzida em laboratório não significa que ela é ruim assim como o fato de ser natural não significa que é boa. Veneno de cobra é natural e mata. No caso dos hormônios, o que caracteriza a bioidentidade é a estrutura molecular idêntica à do hormônio produzido pelo organismo humano. Isso é o bastante. Se você for abrir a porta da sua casa com a chave original, que veio junto com a fechadura, ou com uma idêntica, feita pelo chaveiro da esquina, o efeito será o mesmo: a porta se abrirá, sem danos. Para o nosso organismo, também não interessa onde o hormônio foi produzido, desde que ele seja idêntico ao original. Esse é o ponto que a mulher precisa entender para poder argumentar com o seu médico e evitar expor-se a riscos desnecessários.
Fonte site do DR Lair Ribeiro:  http://www.lairribeiro.com.br/reposicao-hormonal-sem-riscos/

HORMÔNIO NATURAL

 
HORMÔNIO NATURAL
1- XICARA (CHÁ) DE LEITE DE SOJA
1- XICARA ( CHÀ) DE LINHAÇA MOIDA
1- XICARA ( CHÁ) DE GERME DE TRIGO
1- XICARA (CHA)DE AVEIA
BATER OS TRES (3) ULTIMOS INGREDIENTES NO LIQUIDIFICADOR
MISTURAR TUDO MUITO BEM E COLOCAR EM POTE DE VIDRO COM TAMPA
*NA PRIMEIRA SEMANA ,TOMAR 1 COLHER (SOPA) DE MANHÃ E
1 COLHER (SOPA)À NOITE
MISTURAR NO SUCO , LEITE , OU SALADA DE FRUTA.
*NA SEGUNDA SEMANA,TOMAR SOMENTE 1 COLHER AO DIA
* DEPOIS DE 1 MÊS TOMAR DIA SIM DIA NÃO
MELHORAM OS SINTOMAS DA MENOPAUSA, RESSECAMENTO VAGINAL, CABELO E PELE,REDUZ A GORDURA DAS ARTERIAS, MELHORA A CIRCULAÇÃO ELIMINA LIQUIDO DO ORGANISMO, AUXILIA NO FUNCIONAMENTO DO INTESTINO.
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CONHEÇA ALGUNS DOS SINTOMAS DA MENOPAUSA:
Ressecamento de olhos, pele, unhas e vagina.
Falta de sono, menstruação irregular, abundante, prolongada, ou sangramento fora da época.
Aumento de peso.
Incontinência urinária; memória fraca; perda de concentração.
Dores musculares; obesidade ou emagrecimento, dispepsia, meteorismo, dores no baixo-ventre, artrose, descalcificação óssea (osteoporose).
Calores repentinos, transpiração, palpitação, prisão de ventre, vertigens, oscilação de humor.
Queda de cabelo, crescimento de pelos.
Tristezas; depressões ou excitabilidade, sudação nervosa, dificuldades sexuais. Perturbação no sono e suores noturnos.
Palpitações, falta de ar, problemas circulatórios, mentais etc.
COMO PREVENIR:
Não ter vida sedentária, mas fazer caminhadas, exercícios físicos, yoga, natação etc.
Usar roupas folgadas, tecidos de algodão, evitar sintéticos.
Beber bastante água durante o dia.
Fazer mudança climática (praia, banhos de mar, montanhas…)
Não usar anticoncepcional, porém ter filhos e amamentar, o que acabará protegendo contra estes males.
Procurar estar relaxada e fazer massagens.
Ingerir substâncias que contenham magnésio, cálcio, vitamina C.
Tomar cuidado com alimentos que contenham pesticidas, que agirão de forma semelhante a hormônios artificiais. As moléculas de pesticidas podem provocar reações hormonais impróprias e a formação descontrolada de células cancerígenas.
Não fumar (o cigarro é vaso constritor, intensifica as ondas de calor e faz a circulação sangüínea ficar mais lenta) nem usar bebidas alcóolicas, café, etc.
Observar se existem problemas digestivos, prisão de ventre, gases, ressecamento etc.
Evitar comer carnes, vermelhas ou brancas, derivados do leite cuja procedência seja desconhecida ou duvidosa, porque eles contêm hormônios artificiais que irão desequilibrar o corpo.
Dispensar alimentos que contenham produtos químicos em geral, como enlatados, biscoitos com conservantes, anti-mofo, corantes.
Evitar refrigerantes, farinha de trigo e arroz branco (usar os integrais) e leites (usar coalhadas ou iogurte).
Evitar açúcar, que é muito prejudicial, pois provoca no pâncreas uma flutuação hormonal que leva à baixa de estrógeno. Seu efeito sobre as supra-renais é prejudicial, provocando lentidão no trânsito dos elementos químicos dos hormônios, baixando também o nível de estrógeno.
Evitar o excesso de proteína, que acidifica o sangue, causa prisão de ventre e rouba os nutrientes (Leia o artigo “Por que não comer carne?”).
Queijos? Use os mais simples tipo frescal, mussarela (sem conservantes) ou ricota, pois os envelhecidos prejudicam sua saúde, são acidificantes. O ideal é saber a procedência do leite para a fabricação do queijo.
Fazer refeições leves, em horários estabelecidos, ricas em saladas, principalmente cruas, frutas e cereais integrais.
Evitar frituras ou qualquer tipo de gordura saturada,
Combater a obesidade.
Abolir o sal.
Fazer uso de alimentos que contenham vitaminas como E, C e B e minerais como o magnésio e o cálcio.
Procurar tomar sol, receber ar puro, ter contato com a terra, admirar paisagens da natureza. Estas são atitude de cura.
Ler o livro “Yoga – Terapia-Hormonal para Menopausa”, da professora Dinah Rodrigues, Editora Madras, onde são abordadas diversas posturas de yoga para reativar a produção dos hormônios, com resultados comprovados através de exames (ovários preguiçosos voltaram a funcionar e mulheres estéreis engravidaram, conseguindo um equilíbrio não só dos hormônios sexuais como de todos do corpo).
Evitar o estresse, brigas, discussões, guardar sentimentos negativos.
Ter um ideal e um amor – este é o sentido da vida.
Fazer hidroterapia – vai acalmar, estimular o metabolismo e a circulação sangüínea. Além disso, vai eliminar toxinas do corpo, descongestionando.
Fonte:http://www.saudeintegral.com/artigos/reposicao-hormonal-na-menopausa.html